Dom Luiz

DOM LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA (1938-2022)

 

Sua Alteza Imperial e Real o Augusto Senhor Dom Luiz Gastão Maria José Pio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe do Brasil, Príncipe de Orleans e Bragança, foi o legítimo depositário dos direitos ao Trono e à Coroa do Brasil – de jure, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil – de 1981 até o seu falecimento, em 2022.

 

INFÂNCIA

 

Dom Luiz nasceu a 6 de junho de 1938, em Mandelieu-la-Napoule (França), e foi o primogênito dos 12 filhos do Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, e de sua esposa, a Princesa Dona Maria da Baviera de Orleans e Bragança.

Príncipe Imperial do Brasil, na condição de herdeiro aparente dos direitos dinásticos de seu pai, foi registrado no Consulado-Geral do Brasil em Paris.

Seus padrinhos foram seu tio materno, o Príncipe Ludwig da Baviera, e sua avó paterna, a Princesa Imperial Viúva do Brasil, Dona Maria Pia de Bourbon-Sicílias de Orleans e Bragança.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, em maio de 1945, a Família Imperial Brasileira pôde enfim retornar ao Brasil, encerrando assim o injusto e penoso Exílio imposto depois do golpe republicano de 15 de novembro de 1889.

Residiram no Rio de Janeiro e em Petrópolis, antes de mudarem-se, em 1951, para o Norte do Estado do Paraná, então a grande fronteira agrícola do Brasil. No Paraná, a Família Imperial viveu primeiro na Fazenda São José, em Jacarezinho, antes de transferir-se, em 1957, para a Fazenda Santa Maria, em Jundiaí do Sul.

 

FORMAÇÃO

 

Dom Luiz estudou nos Colégios Coração Eucarístico e Santo Inácio (Rio de Janeiro) e no Colégio Cristo Rei (Jacarezinho). Seguiu então para a Europa, onde cursou Ciências Políticas e Sociais na Universidade de Paris (França) e depois Química e Física na Universidade de Munique (Alemanha).

Formado engenheiro químico, retornou ao Brasil em 1967, estabelecendo-se em São Paulo e assumindo a direção do Secretariado do pai, que àquela altura residia no Sítio Santa Maria, em Vassouras, antigo polo cafeeiro do Império no Centro-Sul do Estado do Rio de Janeiro.

Sua formação moral e religiosa foi complementada pelo Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, eminente pensador católico e monarquista, amigo de infância de Dom Pedro Henrique e Fundador da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, cuja boa obra é continuada, no Brasil, pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, e, no resto do mundo, por Associações co-Irmãs.

Foi membro da TFP desde o início, em 1960, e desde 2006 compôs o prestigioso rol de Fundadores e Diretores do IPCO.

Além de português, o Príncipe falava fluentemente francês e alemão e compreendia bem italiano, inglês e espanhol.

 

CHEFE DA CASA IMPERIAL DO BRASIL

 

Com o falecimento de seu pai, a 5 de julho de 1981, Dom Luiz ascendeu à Chefia da Casa Imperial do Brasil, concorrendo de maneira decisiva, com sua célebre “Carta aos Srs. Membros da Assembleia Nacional Constituinte”, em 1987, para a revogação da “cláusula pétrea”, dispositivo constitucional que por quase um século havia deixado os monarquistas à margem da lei.

Ao longo das quatro décadas seguintes, o Príncipe percorreu todo o Brasil, participando de Encontros Monárquicos e eventos correlatos, buscando sempre ter contato com a realidade viva da Nação. Viajou também aos Estados Unidos e à Europa, proferindo palestras, participando de eventos culturais e comparecendo a ocasiões de relevo do escol da Realeza e da Alta Nobreza europeias.

Como Imperador “de direito”, Dom Luiz procurava dirigir-se à Nação através de comunicados e declarações à imprensa, sempre que oportuno. Mantinha ainda caudalosa correspondência e concedia audiências a monarquistas de todo o Brasil, jornalistas e outros brasileiros que, independentemente de coloração político-partidária, desejavam conhecer suas opiniões acerca dos mais variados assuntos.

 

GOSTOS E PASSATEMPOS

 

Em seus momentos de descanso, o Príncipe dedicava-se a leituras sérias e prolongadas, sobretudo a respeito de questões históricas e sociológicas, bem como acompanhava tudo o que de relevante acontecia no Brasil e no Exterior.

Quando jovem, praticou equitação e caça, chegando mesmo a conquistar alguns troféus neste último esporte. Mais recentemente, havia retomado o gosto pela fotografia, revelando-se herdeiro do veio artístico dos dois lados de sua Família.

Foi também um grande apreciador da música erudita, principalmente de compositores brasileiros da escola barroca.

 

FALECIMENTO

 

Dom Luiz faleceu a 15 de julho de 2022, em São Paulo, aos 84 anos de idade, confortado com os Sacramentos da Santa Igreja e a Bênção Apostólica.

O Príncipe foi sepultado, com honras de Almirante da Marinha do Brasil, no Cemitério da Consolação, na capital paulista.

 

HONRARIAS

 

Como Chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Luiz foi o Grão-Mestre das Imperiais Ordens de Nosso Senhor Jesus Cristo, de São Bento de Avis, de Santiago da Espada, do Cruzeiro, de Pedro I e da Rosa.

Foi ainda Bailio Grã-Cruz de Honra e Devoção da Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta (Ordem de Malta); Grã-Cruz da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém (Santa Sé); Grã-Cruz da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (Casa Real de Portugal); e Grã-Cruz da Sagrada e Militar Ordem Constantiniana de São Jorge (Casa Real das Duas Sicílias).

 

 

A Família Imperial

Linha de Sucessão ao Trono e à Coroa do Brasil