D. Pedro Henrique

DOM PEDRO HENRIQUE DE ORLEANS E BRAGANÇA

O Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, pai do atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, foi o primeiro filho varão do Príncipe Imperial Dom Luiz e da Princesa Dona Maria Pia de Bourbon-Sicílias. Nasceu em Boulogne, em 13 de setembro de 1909, durante o exílio da Família Imperial do Brasil e foi registrado no Consulado Brasileiro de Paris.

Dom Pedro Henrique foi intitulado desde o nascimento como Príncipe do Grão-Pará, recebendo o título de Príncipe Imperial do Brasil com o falecimento de seu pai em 1920, mantendo esse título até suceder a sua avó, a Princesa Dona Isabel, como Chefe da Casa Imperial do Brasil e Imperador de jure do Brasil.

O Príncipe foi batizado na Capela do Palácio de Boulogne-sur-Seine em 15 de setembro, com água levada do Brasil, sendo madrinha a avó paterna, a Princesa Isabel, e padrinho o avô materno, o Conde de Caserta.

Dom Pedro Henrique somente conheceu sua Pátria em 1922, quando a Família Imperial veio ao Brasil para participar das comemorações do Centenário da Independência. Em 1925, aos dezesseis anos de idade, teve negado o seu pedido de servir nas Forças Armadas Brasileiras, pois o Governo temia que sua presença pudesse estimular um contragolpe monarquista. Em 1932, Dom Pedro Henrique concluiu o curso de Ciências Políticas e Sociais da Universidade de Sorbonne, em Paris, sempre buscando ter o melhor preparo para servir ao Brasil e ao povo brasileiro.

Em 1936, o Chefe da Casa Imperial do Brasil conheceu a Princesa Maria Elisabeth de Wittelsbach, filha do Príncipe Franz da Baviera e de sua esposa a Princesa Isabelle de Croÿ, e neta do Rei Ludwig III da Baviera. Ficaram noivos em 28 de junho de 1937 e casaram-se a 19 de agosto do mesmo ano, em cerimônia religiosa celebrada na Capela do Castelo de Nymphenburg, pelo Cardeal Michael von Faulhabe.

O Casal Imperial visitou o Papa no Vaticano, onde recebeu honras de Chefe de Estado. Fixou a seguir residência em Cannes, na França, no Mas-Saint-Louis, onde vivia a Princesa Dona Maria Pia, mãe de D. Pedro Henrique. Em 1938 nasceu seu primogênito, o Príncipe D. Luiz, que recebeu ao nascer o título de Príncipe Imperial do Brasil. Nos anos seguintes nasceram os Príncipes Dom Eudes (1939), Dom Bertrand (1941) e a Princesa Dona Isabel (1944), todos registrados como cidadãos brasileiros, na Embaixada-Geral do Brasil em Paris.

Desde o seu casamento, o Chefe da Casa Imperial pretendia se mudar para o Brasil, mas a rápida sequência de gravidezes da Princesa Maria Elisabeth e a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, acabaram por retardar seus planos. Por diversas vezes, a Família Imperial escapou, por pouco, de bombardeios alemães, e chegou a ter sua casa invadida e tomada pelos nazistas.

Apenas com o fim da Guerra, em 1945, o Chefe da Casa Imperial, a Princesa Consorte e seus quatro filhos puderam embarcar para o Brasil, a bordo do navio português Serpa Pinto. Ao chegarem à Praça Mauá, logo após o desembarque no Porto do Rio de Janeiro, a Família Imperial foi recebida por uma multidão de pessoas que, jubilosa pelo retorno definitivo de seus Príncipes e Princesas, os carregou nos braços.

Dispondo de recursos limitados, a Família Imperial residiu, inicialmente, em Petrópolis, indo depois viver em uma casa no bairro do Retiro, ainda na Cidade Imperial, onde nasceu, em 1945, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara – primeiro Príncipe do Brasil a nascer em solo brasileiro desde o seu avô paterno, em 1878. Em 1948, nasceu o sexto filho do Casal Imperial, o Príncipe Dom Fernando. A Família ainda se mudou para o Rio de Janeiro, onde residiu nos bairros de Santa Teresa e Urca. No Rio de Janeiro, nasceu o Príncipe Dom Antônio, em 1950.

No ano seguinte, o Chefe da Casa Imperial adquiriu a Fazenda Santa Maria, no norte do Paraná, para onde se mudou com a esposa e sete filhos. Toda a Família trabalhava, junto aos colonos, nas plantações de café e na criação de animais. No Paraná fazenda nasceram os cinco filhos mais novos do Casal Imperial, a Princesa Dona Eleonora (1953), os Príncipes Dom Francisco (1955) e Dom Alberto (1957) e as gêmeas Princesas Dona Maria Thereza e Dona Maria Gabriela (1959).

No final da década de 1950, um grupo de militares de alto escalão procurou Dom Pedro Henrique, pedindo seu apoio para a restauração da Monarquia, por meio de um golpe de Estado, mas o Chefe da Casa Imperial recusou a proposta, dizendo que jamais usaria de táticas republicanas para chegar ao poder.

Em 1965 o Príncipe Dom Pedro Henrique se mudou, com a Família, para o Sítio Santa Maria, em Vassouras, histórica cidade do Estado do Rio de Janeiro.

Era exímio aquarelista e chegou a ser empossado, em 1972, na cadeira nº 28 na Academia Brasileira de Artes. Sua Esposa, também artista, dedicava-se a pintar pratos de porcelana, reproduzindo imagens de Debret e Rugendas. Gostavam de pintar juntos e, a partir de certa altura da vida, passaram a viver de sua arte, mais do que dos rendimentos da propriedade rural.

O Príncipe Dom Pedro Henrique faleceu em 5 de julho de 1981, em Vassouras, vítima de uma doença pulmonar, sendo sucedido, na Chefia da Casa Imperial do Brasil, por seu primogênito, o Príncipe Dom Luiz. Foi sepultado no Cemitério da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, em Vassouras.

Sua biografia foi publicada no livro “Dom Pedro Henrique, o condestável das saudades e da Esperança”, de Armando Alexandre dos Santos (Editora Artpress, S. Paulo, 2006, 182pp).