COMUNICADO: A PROPÓSITO DOS TÍTULOS NOBILIÁRQUICOS
Publicado em 14/02/2022 às 12:00:00
COMUNICADO: A PROPÓSITO DOS TÍTULOS NOBILIÁRQUICOS
O Príncipe D. Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, vem acompanhando com grande alegria o significativo crescimento das fileiras monárquicas, sobretudo por parte de jovens compatriotas que não tinham idade, quando ocorreu o plebiscito de 1993, para participar dos debates que então se realizaram. São na maioria estudantes, rapazes e moças, provenientes de todos os Estados brasileiros e pertencentes às mais diversas classes sociais. Sendo os ideais monárquicos por sua própria natureza atemporais e de permanente atualidade, é muito auspiciosa e enche de esperança a participação de tantos jovens.
Entre esses jovens que vêm enriquecer nossas fileiras, encontram-se por vezes nomes bem conhecidos na História pátria. São membros de famílias tradicionais, descendentes de personagens que, no Império, exerceram funções de relevo e até receberam títulos de nobreza de nossos Imperadores. Muitas dessas famílias mantiveram ao longo das gerações, mesmo depois de proclamada a república, fidelidade ao ideário monárquico e cultivaram relações com a Família Imperial. É, portanto, motivo de especial comprazimento para D. Luiz a participação em nosso movimento de descendentes dessas famílias, tão dignas da gratidão e da simpatia do Chefe da Casa Imperial do Brasil.
Há quem pergunte, e até com insistência, quais as intenções do Príncipe com relação à antiga Nobreza do Império. É sua intenção reconhecer ou revalidar antigos títulos e cartas de brasão?
Como esse tema é de interesse recorrente, D. Luiz pede que tornemos público o que invariavelmente declarou sempre que foi consultado a respeito.
Mantendo a mesma linha de conduta seguida desde 1889 pelos sucessivos Chefes da Casa Imperial do Brasil – D. Pedro II (1889-1891), Princesa Isabel (1891-1921) e D. Pedro Henrique (1921-1981) – D. Luiz nunca quis conceder, reconhecer ou revalidar títulos e cartas de brasão, e jamais autorizou que quaisquer pessoas ou entidades usassem o nome ou o prestígio da Família Imperial do Brasil para tal finalidade.
Entende S. Alteza que o maior título de glória dos brasileiros que portam sobrenomes ilustres é portá-los com a plena consciência de estarem cumprindo seu dever, em relação aos nossos ideais, em relação à Pátria e em relação aos ilustres antepassados dos quais provêm.
Mais ainda, entende D. Luiz que se aplicam a esses brasileiros, mutatis mutandis, servatis servandis, as mesmas graves obrigações morais que têm os nobres em geral e os príncipes em particular: mais do que direitos e regalias a serem fruídos, Principado e Nobreza significam responsabilidade e implicam em graves deveres. Esse o significado maior da nobreza, que requer espírito de renúncia e sacrifício, a ponto de o Papa Bento XV ter chegado a designar a condição de nobre como análoga à do sacerdote (Alocução ao Patriciado e à Nobreza Romana, 5 de janeiro de 1920).
Quando, num futuro que praza a Deus não esteja distante, o Brasil retome seu itinerário histórico restaurando a Monarquia, será então a hora aprazada para, de acordo com a legislação que então tiver vigência, serem recompensadas dedicações históricas de pessoas e famílias que com total desinteresse tiveram o mérito de uma prolongada e comprovada fidelidade aos nossos ideais. Antes disso, não teria sentido falar em recompensas, reconhecimentos ou concessões de títulos nobiliárquicos.
São Paulo, 14 de fevereiro de 2022
José Guilherme Beccari
Presidente do Conselho de Administração
Pró Monarquia
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