ENTREVISTA DE DOM BERTRAND A “O FUNDADOR”

Publicado em 23/08/2023 às 12:00:01

 

[A Pró Monarquia tem a alegria de compartilhar com os monarquistas e amigos da Família Imperial Brasileira a entrevista do Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, ao Folhetim “O Fundador” (nº 2, 2023), da Liga Monárquica de Caieiras. A entrevista foi feita pelo Chanceler da LMC, Prof. Vinicius Valtriani D’Ellago.]

 

  1. Alteza, quais são suas percepções acerca do movimento monárquico e dos monarquistas e simpatizantes pelo Brasil?

 

Dom Bertrand: Minhas percepções são uma continuação das esperanças que se levantaram por ocasião do Plebiscito de 1993. Naquela ocasião, apesar dos resultados terem sido postos em dúvida por muitos, nossa percepção foi de que o resultado do Plebiscito não foi uma derrota, mas um primeiro passo a caminho da Restauração, por que, antes do Plebiscito,  a volta da Monarquia era vista como um sonho de uma noite de verão de alguns monarquistas ao lado de alguns saudosistas. Depois do Plebiscito, a Monarquia passou a ser vista por muitos brasileiros, em um número crescente, como sendo uma alternativa dentro do caos republicano. 

 

Agora, por ocasião desses últimos tempos, só cresceu essa percepção, pois ninguém mais acredita no regime republicano. Nós tivemos quatro anos de certa tranquilidade, e agora volta todo o caos republicano. Ninguém mais acredita em ninguém, estão todos desprestigiados, todos frustrados e olhando para a Monarquia como a esperança de que, com a ajuda de Deus, nós voltemos, o quanto antes, ao regime que tem a qualidade não de dividir, como a República, mas de unir, como uma grande família, porque a principal característica de uma Monarquia é manter a consciência de que a Nação nada mais é do que uma grande família com um destino em comum a realizar. E, como em toda família, há um clima de cooperação, de ordem, de confiança, de bondade, que mantém a todos confiantes quando à realização dos planos grandiosos que a Divina Providência tem para nossa Pátria.

 

  1. Quais seriam, em um primeiro momento, em uma eventual Restauração da Monarquia em nosso País, as primeiras medidas do senhor como Chefe de Estado, dentro do que lhe permitisse a Constituição Imperial?

 

Dom Bertrand: Fazer o que Dom Luiz e eu sempre repetimos: que a Restauração seja, sobretudo, uma retomada histórica que as vias providenciais reservaram para nossa Pátria. 

 

Nós vemos que há sempre uma coisa na linha das tradições anticomunistas, contra a subversão: rapidamente, a nação floresce, como quando um câncer no organismo humano é extirpado; rapidamente o organismo floresce para recuperar sua saúde e estar pronto para enfrentar seu futuro.

 

  1. Qual juízo o senhor faz a respeito do tempo e das medidas necessárias para que possamos fazer uma transição eficaz para a Monarquia no Brasil?

 

Dom Bertrand: Em um primeiro momento de uma Restauração da Monarquia, a preocupação deve ser a mesma de um bom pai de família: uma pacificação geral, passando por cima de mil feridas antigas, ressentimentos e olhando para o bem de nossa Pátria. 

 

Nós temos tudo para sermos um grande País: um povo bom, ordeiro e sacrificado, que vive pensando no futuro de sua Pátria e que sente a República trouxe um caos que só prejudica a Nação.

 

  1. Por último, gostaria que Vossa Alteza deixasse uma mensagem para o povo de Caieiras – SP e região, especialmente para os amantes e entusiastas do Brasil autêntico e profundo, e para os monarquistas e simpatizantes desta causa como um todo.

 

Dom Bertrand: Nessa pergunta está algo que quem segue a mídia escrita, falada e televisionada, muitas vezes se esquece da realidade brasileira: o Brasil profundo é um Brasil cristão, que confia em seu futuro e quer realizar esse futuro. 

 

Minha mensagem é de confiança; confiança em Deus Nosso Senhor e em Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, vendo que, em todo o nosso passado, a Divina Providência nunca nos abandonou. Pelo contrário, apesar de todas as crises, o Brasil continua pacífico e não aceita um clima revolucionário, pois tem esperança em seu futuro. 

 

Peçamos a Deus que nos ajude a realizar esse futuro, que nos está reservado pela Divina Providência.