AGENDA DOS PRÍNCIPES: MISSA DE 7º DIA DE DOM LUIZ NO RIO DE JANEIRO
Publicado em 03/09/2022 às 12:00:35
No sábado, dia 23 de julho, celebrou-se na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, no Rio de Janeiro, a Missa de 7º dia em sufrágio da bondosa alma do Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, falecido a 15 de julho, em São Paulo, aos 84 anos de idade, confortado com os Sacramentos da Santa Igreja e a Bênção Apostólica, depois de prolongada enfermidade, suportada com resignação cristã e conformidade com a vontade de Deus Nosso Senhor.
O irmão e imediato sucessor dinástico de Dom Luiz, o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, foi representado naquela ocasião por seu outro irmão – e seu próprio imediato sucessor dinástico –, o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Antonio de Orleans e Bragança. Para a felicidade do Brasil, assim como foi Dom Luiz, Dom Bertrand e Dom Antonio são verdadeiramente modelo das características e virtudes de todo Soberano que queira ser digno de reinar.
A Santa Missa, promovida pelo Secretariado da Casa Imperial juntamente com o Círculo Monárquico do Rio de Janeiro Dom Luiz de Orleans e Bragança, o Príncipe Perfeito, e o Diretório Monárquico do Rio de Janeiro, foi ainda abrilhantada pela presença de Cavaleiros da Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta e da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, das quais Dom Luiz foi Bailio Grã-Cruz de Honra e Devoção e Cavaleiro Grã-Cruz, respectivamente.
Também concorreram àquela solene ocasião incontáveis autoridades eclesiásticas, civis e militares, veteranos e jovens monarquistas, amigos de longa data e novas relações da Família Imperial Brasileira, figuras representativas da sociedade, artífices discretos de nossa grandeza nacional e distintas senhoras, bem demonstrando o quão conhecido e estimado era o insigne falecido, em todas as partes do Brasil, em todas as classes sociais de seu povo, entre pessoas de todos os quadrantes ideológicos.
O Santo Sacrifício da Missa foi oferecido na Forma Extraordinária do Rito Romano pelo Reitor da Igreja Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte, Pe. José Edilson de Lima, benemérito sacerdote que em sua comovente Homilia recordou a catolicidade, as virtudes e a exímia fidelidade – à Igreja, ao Brasil e a si mesmo – de Dom Luiz. Ao final da celebração, Dom Antonio discursou, agradecendo a presença de todos e as homenagens prestadas a seu pranteado irmão primogênito.
Ato contínuo, o Príncipe dirigiu-se ao Saguão do Museu de Arte Sacra da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, anexo à Igreja, onde de muito bom grado recebeu os cumprimentos dos presentes. Sempre muito amável e solícito, Dom Antonio a todos impressionou com a profundidade e a palpitação dos conceitos que emite e, antes de retirar-se, recebeu com muita emoção, para levar consigo, a bela fotografia de Dom Luiz que foi colocada junto ao Altar durante a Missa.
A sacralidade do Rito e a gravidade daquele hierático recinto – erigido entre os séculos XVII e XVIII, em impressionante estilo barroco, e considerado um dos templos católicos mais importantes do Brasil, sendo bastante solicitado – tocou profundamente os numerosos assistentes, levando-lhes a refletir a respeito da inabalável confiança que Dom Luiz tinha no futuro monárquico e cristão de nosso País. Praza Deus, portanto, que em um dia não longínquo triunfem os elevados ideais de nosso saudoso Príncipe.
A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência forma com o Convento de Santo Antônio um dos mais antigos e importantes conjuntos remanescentes no Rio de Janeiro do assim chamado Período Colonial, com origens que remontam ao final do século XVI. Naquele hierático recinto, foi redigida a declaração lida pelo Imperador Dom Pedro I no Dia do Fico, 9 de janeiro de 1822, e sete membros da Família Real Portuguesa e de nossa Família Imperial estão sepultados no Mausoléu sob o pátio interno.
Esses Príncipes e Princesas são, a saber: os Príncipes da Beira Dom Miguel e Dom João Carlos e a Princesa Dona Paula Mariana (filhos de Dom Pedro I e da Imperatriz Dona Leopoldina); a Princesa Dona Maria Amelia (filha de Dom Pedro I e da Imperatriz Dona Amelia); os Príncipes Imperiais Dom Afonso e Dom Pedro (filhos do Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Dona Thereza Christina); e a Princesa do Grão-Pará Dona Luiza Victoria (filha da Princesa Dona Isabel e do Conde d’Eu).
Há ainda, junto de um Altar lateral, o túmulo do Infante Dom Pedro Carlos, um neto da Rainha Dona Maria I e do Rei Dom Pedro III, que desposou sua prima-irmã, a Infanta Dona Maria Teresa, filha do Rei Dom João VI e da Rainha Dona Carlota Joaquina. Vê-se, pois, que o complexo religioso é intrinsecamente ligado à Sereníssima Casa de Bragança, daí a escolha de celebrar ali a Missa por alma daquele que foi, por operosos 41 anos, de direito, o Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.