AGENDA DOS PRÍNCIPES: EXÉQUIAS DE DOM LUIZ – VELÓRIO

Publicado em 29/08/2022 às 12:00:19

 

O Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, falecido no passado dia 15 de julho, em São Paulo, aos 84 anos de idade, confortado com os Sacramentos da Santa Igreja e a Bênção Apostólica, depois de prolongada enfermidade, suportada com resignação cristã e conformidade com a vontade de Deus Nosso Senhor, foi velado entre os dias 16 e 18 de julho, sábado a segunda-feira, na Sede do Reino de Maria do benemérito Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, na capital paulista.

 

Profundamente consternados, acompanharam as Exéquias de Dom Luiz seus imediatos sucessores dinásticos, seus irmãos, os Príncipes Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, e Dom Antonio de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, e seu sobrinho, o Príncipe do Grão-Pará, Dom Rafael de Orleans e Bragança, três Príncipes a quem a Divina Providência houve por bem confiar a sucessão dinástica em nosso País, nesta quadra tão atribulada e decisiva de sua História.

 

Outros familiares do insigne falecido também acorreram àquela solene ocasião; a saber: sua cunhada, a Princesa Dona Ana Maria de Orleans e Bragança, com os filhos, o Dep. Príncipe Dom Luiz Philippe e a Princesa Dona Ana Luiza de Orleans e Bragança; dois de seus demais irmãos, o Príncipe Dom Pedro de Alcantara e a Princesa Dona Maria Gabriela de Orleans e Bragança; e seu sobrinho, o Príncipe Dom Pedro Alberto de Orleans e Bragança, com a esposa, a Princesa Dona Alessandra de Orleans e Bragança.

 

Estiveram igualmente presentes duas primas de Dom Luiz, a Princesa Dona Maria Isabella de Savoia-Gênova e a Condessa Isabella Rostworowski, além de incontáveis autoridades eclesiásticas, civis e militares, veteranos e jovens monarquistas, amigos de longa data e novas relações da Família Imperial Brasileira, figuras destacadas da sociedade, artífices discretos de nossa grandeza nacional e distintas senhoras, muitos vindos de outros Estados e mesmo do Exterior.

 

Sobre o IPCO, cabe dizer que estreito e duradouro foi o laço de amizade, pensamento e aspirações entre o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, eminente pensador católico e monarquista, Fundador da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, e o Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 até o seu falecimento, em 1981, que confiou ao preclaro amigo a complementação da formação moral e religiosa dos filhos Dom Luiz e Dom Bertrand.

 

E os dois Príncipes foram desde o início, em 1960, membros da TFP, e em 2006 tornaram-se Fundadores e Diretores do IPCO, que dá continuidade à boa obra de Dr. Plinio no Brasil, atuando junto de Associações co-Irmãs em todo o mundo. Portanto, mesmo décadas depois de terem falecido tanto Dom Pedro Henrique como Dr. Plinio, aquele laço permanece inalterado entre os sucessores dinásticos de um e os continuadores do trabalho do outro, para a felicidade desta nossa Terra de Santa Cruz.

 

Filho fidelíssimo da Igreja e um católico de comunhão diária, Dom Luiz foi então velado em um ambiente de muita sacralidade, a Sala São Luís Maria Grignion de Monfort, normalmente destinada a reuniões e conversas, onde uma imponente estante ostenta preciosas coleções de objetos sacros e livros. À cabeceira do féretro – estampado com as Armas da Família Imperial – estavam um belo Crucifixo e a bela e maternal Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil.

 

O Príncipe estava vestido com casaca e cingido com a Banda de Grão-Mestre das Imperiais Ordens de Nosso Senhor Jesus Cristo, de São Bento de Avis, de Santiago da Espada, do Cruzeiro, de Pedro I e da Rosa, a Placa da Ordem de Cristo, o Colar da Ordem da Rosa e também o distintivo da Congregação Mariana, da qual era membro. Em suas mãos fora colocado o Santo Rosário, e, sobre seus pés, a Bandeira do Império que outrora pertenceu a seu trisavô, o Imperador Dom Pedro II.

 

Em uma almofada foram postas três de suas outras condecorações: a Grã-Cruz de Honra e Devoção da Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta; a Grã-Cruz da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, da Santa Sé; e a Grã-Cruz da Ordem Sagrada e Militar Constantiniana de São Jorge, da Casa Real das Duas Sicílias. O Príncipe foi ainda Grã-Cruz da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Vila Viçosa, da Casa Real de Portugal.

 

Amplamente divulgado pelos mais variados meios de comunicação, em todo o Brasil e igualmente no Exterior, o falecimento de Dom Luiz comoveu profundamente o público. Quem habitualmente considera o nosso País como ele normalmente é mostrado pela grande imprensa, não poderia imaginar o quão conhecido e estimado era o Príncipe, em todas as partes do Brasil, em todas as classes sociais de seu povo, entre pessoas de todos os quadrantes ideológicos.

 

O Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, decretou luto oficial em todo o território nacional, de modo que instituições civis e militares em todo o Brasil hastearam, em suas sedes e quartéis, as Bandeiras a meio-mastro, homenageando assim Dom Luiz, tetraneto do Imperador Dom Pedro I, que há 200 anos proclamou a Independência do Brasil. O Governo Federal, através da Secretaria Especial de Comunicação Social, também manifestou pesar pelo passamento e homenageou o Príncipe.

 

Em vários Estados e mesmo em outros países foram realizadas homenagens oficiais e semioficiais. E o número de mensagens de condolências que afluiu à Sede do Secretariado da Casa Imperial, em São Paulo, foi enorme, vindas da Europa e das três Américas, com manifestações de pesar de Famílias reinantes e outrora reinantes, aparentadas à Família Imperial, algumas tendo sido enviadas ao Ministério das Relações Exteriores através dos Embaixadores estrangeiros acreditados em Brasília.

 

A Sede do IPCO – muito frequentada por seus Diretores, sócios, cooperadores e simpatizantes do Instituto e de suas Associações co-Irmãs – foi, conforme dito acima, tomada por um grande número de pessoas, desejosas de dar o último adeus a nosso pranteado Imperador “de jure”. E aquele ambiente de oração, pompa e trabalho ficou repleto com mais de uma centena de coroas de flores, enviadas por familiares, amigos, instituições e admiradores do falecido, brasileiros e estrangeiros.

 

Ficou claro que, ainda que em regime republicano, o Príncipe estava longe de ser um simples particular. Costumava-se mesmo dizer que em presença de Dom Luiz não havia republicanos, pois era impossível ser insensível às suas maneiras, simples e despretensiosas, que irradiavam majestade. Em sua augusta presença, cada um sentia-se serenamente elevado. Quem teve a honra de conhecê-lo sabe muito bem que a propaganda antimonárquica, que se esforça para desvirtuar a majestade, é inteiramente falsa.

 

Em seus 41 anos à testa do ramo brasileiro da Dinastia Bragantina, o Príncipe representou o modelo ideal de Soberano católico e brasileiro. Como Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, seu governo teria tido muito de similar com o de Dom Pedro II, indicando os grandes rumos da Nação e dando ampla liberdade a todos, com uma única linha intransponível: o respeito à Lei de Deus e aos direitos da Igreja. A todos, portanto, encarecemos orações pelo descanso eterno de sua bondosa alma.