Dona Teresa Cristina

DONA TERESA CRISTINA

A Princesa Dona Teresa Cristina de Bourbon-Sicílias nasceu em Nápoles, capital do Reino das Duas Sicílias, no dia 14 de março de 1822, tendo sido a nona dos doze filhos e filhas do Rei Francesco I, das Duas Sicílias, com sua segunda esposa, a Infanta Maria Isabel da Espanha.

Extremamente inteligente e refinada, a jovem Princesa Teresa Cristina teve educação esmerada. Estudou música, religião, canto, as belas artes, aprendeu a bordar e a falar francês. Profundamente apaixonada por arqueologia, financiou e conduziu as escavações em Veios, sítio arqueológico próximo a Roma. Já no Brasil, seria chamada de a “Imperatriz Arqueóloga”. Trouxe para o Brasil valiosas peças arqueológicas que foram desenterradas nas ruínas de Pompeia e, ainda hoje, enriquecem museus brasileiros.

No dia 30 de maio de 1843, a Princesa Dona Teresa Cristina casou por procuração, em Nápoles, com o Imperador Dom Pedro II do Brasil. A jovem Imperatriz desembarcou no Rio de Janeiro no dia 3 de setembro do mesmo ano. Desta união nasceram quatro filhos.

  • Príncipe Dom Afonso (1845-1847)
  • Princesa Dona Isabel (1846-1921), que foi Princesa Imperial do Brasil após a morte de seus irmãos e que mais tarde, já no exílio, chefiou a Casa Imperial do Brasil. Passou para a História como “a Redentora” e ficou célebre por suas virtudes cristãs e pela inteligência e firmeza que demonstrou nos três períodos em que, devido a viagens de seu Pai ao exterior, exerceu a Regência do Império.
  • Princesa Dona Leopoldina (1847-1871), que se casou com o Príncipe Augusto de Saxe-Coburgo- Gotha (1845-1907) e deixou descendência.
  • Príncipe Dom Pedro Afonso (1848-1850)

 

Avessa à política e às pompas, sendo discreta, a Imperatriz Dona Teresa Cristina dedicou sua vida à caridade, recebendo o título de “Mãe dos Brasileiros”, e à cultura. Porém, exerceu grande influência na imigração de italianos e alemães, cujos descendentes hoje compõem uma significativa parcela do povo brasileiro, e não somente aqueles que trabalharam nas lavouras, mas centenas de médicos, engenheiros, professores, farmacêuticos, enfermeiras, artistas e artesãos.

Apaixonada pelo Brasil, o exílio imposto pelos republicanos a abalou profundamente. Já envelhecida e doente, faleceu de desgosto, na cidade do Porto, em Portugal, em 28 de dezembro de 1889, pouco mais de um mês após a proclamação da República. Dona Teresa Cristina foi sepultada no Panteão dos Bragança, na igreja lisboeta de São Vicente de Fora, mas seus despojos foram repatriados conjuntamente com os do Imperador em 1921, após o fim da Lei do Banimento, sendo recebido com grandes festividades. Atualmente, repousam, ao lado dos de seu esposo, na Catedral de Petrópolis.