Dona Maria Pia

DONA MARIA PIA

A Princesa Dona Maria Pia de Bourbon-Sicílias nasceu no dia 12 de agosto de 1878, na Villa Maria Teresa, em Cannes, sul da França, onde estava exilada a Família Real de Nápoles. Foi a sexta dos doze filhos do Príncipe Afonso, Conde de Caserta e Chefe da Casa Real das Duas Sicílias, e de sua esposa e prima Princesa Maria Antonieta de Bourbon-Sicílias.

Maria Pia e suas irmãs foram educadas no Colégio do Sagrado Coração de Aix-Provence, instituição administrada por religiosas. Foi, ainda menina de nove anos, apresentada ao Imperador Dom Pedro II, durante a viagem deste à Europa, e tocou para ele a “Marcha Turca” de Mozart.

Em 4 de novembro de 1908, casou com o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança, em cerimônia celebrada na Igreja de Notre-Dame de Bon Voyage, em Cannes. O casal viajou em seguida para a Itália e para a Índia.

O casal teve três filhos: o futuro chefe da Casa Imperial, Dom Pedro Henrique; o Príncipe Dom Luís Gastão, que faleceu jovem, aos vinte anos e sem descendência; e a Princesa Dona Pia Maria, que se casou com o Conde René de Nicolaÿ, com descendência não-dinástica no Brasil.

Com a grave enfermidade do Príncipe Imperial Dom Luiz (reumatismo ósseo contraído durante o primeiro ano de Guerra), Dona Maria Pia se dedicou a cuidar do marido, hospedando-se na Villa Maria Teresa, em Cannes, devido ao clima mais propício à saúde do enfermo que, entretanto, veio a falecer em 26 de março de 1920, com apenas 42 anos de idade.

A Princesa Imperial viúva esteve no Brasil em 1922, acompanhando o filho Dom Pedro Henrique, já Chefe da Casa Imperial do Brasil, durante os festejos do Centenário da Independência. No Brasil, de luto por causa do falecimento do Conde d’Eu durante a viagem, a Princesa Imperial Viúva lançou a pedra fundamental da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Em 1931, perdeu seu filho, o Príncipe Dom Luís Gastão, enlutando-se até o final da vida. Frequentemente Dona Maria Pia visitava o Vaticano, sendo recebida com honras por sucessivos Papas.

Participou ativamente na criação de seu catorze netos e frequentemente visitava o Brasil, passando aqui longas temporadas. Era madrinha e sempre teve especial predileção pelo neto primogênito Dom Luiz, atual Chefe da Casa Imperial do Brasil.

Faleceu no Mas Saint-Louis, sua residência em Mandelieu, no dia 20 de junho de 1973, aos noventa e quatro anos de idade, sendo sepultada, como queria, ao lado do marido no Mausoléu Real de Dreux, da Casa Real de Orleans.