Dona Leopoldina

DONA LEOPOLDINA

A Arquiduquesa Dona Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena nasceu em 22 de janeiro de 1797, no Palácio de Schönbrunn, em Viena, sendo a sexta filha de Francisco II, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico (mais tarde Imperador Francisco I da Áustria), e de sua segunda esposa, a Princesa Maria Teresa de Bourbon-Sicílias.

No dia 13 de maio de 1817, desposou por procuração, em Viena, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara, herdeiro da coroa do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e futuro Imperador D. Pedro I do Brasil. A Arquiduquesa desembarcou no Rio de Janeiro em 5 de novembro do mesmo ano, sendo recebida com grande festa popular. Em sua comitiva, Dona Leopoldina trouxe cientistas, botânicos e pintores, que fizeram famosos relatos das exóticas fauna e flora brasileiras. Assim como a Missão Francesa, mais conhecida, também a Missão Austro-Alemã trazida por Dona Maria Leopoldina teve papel fundamental papel na compreensão científica do Brasil. Assim como sua paixão pela ciência, Dona Leopoldina partilhou com o futuro Imperador do Brasil sua paixão pela música, muitas vezes tocando em dueto o jovem casal. Dessa união, nasceram:

  • Rainha Dona Maria II de Portugal (1819-1853). Contratou casamento por procuração, em 1826, com seu tio paterno, o Rei Dom Miguel I de Portugal. Não tendo sido consumado esse matrimônio, e declarado nulo o contrato, Dona Maria casou, em 1834, com o Príncipe Augusto, Duque de Leuchtenberg e de Santa Cruz, que faleceu pouco depois sem que o casal tivesse descendência. Dona Maria casou e, 1836, em segundas núpcias, com o Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-, deixando descendência.
  • Príncipe Dom Miguel de Portugal (natimorto em 1820).
  • Príncipe Dom João de Portugal (1821-1822).
  • Princesa Dona Januária do Brasil (1822-1901). Casou, em 1844, com o Príncipe Luís das Duas Sicílias, Conde de Áquila, com descendência.
  • Princesa Dona Paula Mariana do Brasil (1823-1833).
  • Princesa Dona Francisca do Brasil (1824-1898). Casou, em 1843, com o Príncipe Francisco de Orleans, Príncipe de Joinville, com descendência.
  • Imperador Dom Pedro II do Brasil (1825-1891). Desposou, em 1843, a Princesa Dona Teresa Cristina das Duas Sicílias (1822-1889), com descendência.

 

A Princesa Real D. Leopoldina abraçou de todo o seu coração sua nova pátria, pois diante do retorno de seu sogro Dom João VI a Portugal, em 1821, por causa das tensões políticas, Dona Leopoldina apoiou a causa brasileira, desempenhando papel fundamental no processo que culminou com a Independência. Com a viagem do Príncipe Real Regente Dom Pedro à Província de São Paulo, em agosto de 1822, foi feita Regente interina do Reino do Brasil.

Diante do recebimento das notícias das Cortes de Lisboa, que insistiam no retorno imediato de seu marido e do rebaixamento do Brasil à condição anterior à de Reino Unido, a Princesa Dona Leopoldina, reunindo o Conselho de Estado e aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, assinou o Decreto de Independência do Brasil, no dia 2 de setembro, enviando em seguida uma carta a Dom Pedro, que a recebeu cinco dias depois, quando se encontrava à margem do riacho do Ipiranga. Depois de ler a missiva da esposa, Dom Pedro proferiu seu  grito imortal de “Independência ou Morte!”.

No dia 12 de outubro, juntamente com seu marido a Princesa foi aclamada Imperatriz do Brasil em uma cerimônia popular. Em 1º de dezembro assistiu à Coroação e à Sagração do Imperador, na Capela Imperial do Rio de Janeiro.

Grávida de seu oitavo filho e muito doente, longe de seu marido, o Imperador Dom Pedro I que estava na frente de combate da Cisplatina, a Imperatriz Dona Leopoldina do Brasil faleceu em 11 de dezembro de 1826, aos vinte e nove anos de idade, no Palácio de São Cristóvão. Em 1954 seus restos mortais foram transladados ao Monumento à Independência, em São Paulo, na Capela Imperial.