AGENDA DOS PRÍNCIPES: EXÉQUIAS DE DOM LUIZ – MISSA DE CORPO PRESENTE E SEPULTAMENTO

Publicado em 30/08/2022 às 12:00:54

 

Na segunda-feira, dia 18 de julho, celebrou-se na Paróquia Santa Teresinha, em São Paulo, a Missa de corpo presente do Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, augusto paroquiano daquela Freguesia, falecido no passado dia 15 de julho, na capital paulista, aos 84 anos de idade, confortado com os Sacramentos da Santa Igreja e a Bênção Apostólica, depois de prolongada enfermidade, suportada com resignação cristã e conformidade com a vontade de Deus Nosso Senhor.

 

Após ser velado, desde o dia 16 de julho, naquele ambiente de muita sacralidade, o esquife de Dom Luiz – que na Monarquia, como Imperador do Brasil, teria sido o Comandante em Chefe das Forças Armadas – deixou a Sede do Reino de Maria do benemérito Instituto Plinio Corrêa de Oliveira – do qual foi Fundador e Diretor, ademais de grande entusiasta – carregado pela Guarda de Honra da Marinha do Brasil e escoltado por destacamentos do Exército Brasileiro e da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

Profundamente consternados, acompanharam as Exéquias de Dom Luiz seus imediatos sucessores dinásticos, seus irmãos, os Príncipes Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, e Dom Antonio de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, e seu sobrinho, o Príncipe do Grão-Pará, Dom Rafael de Orleans e Bragança, três Príncipes a quem a Divina Providência houve por bem confiar a sucessão dinástica em nosso País, nesta quadra tão atribulada e decisiva de sua História.

 

Outros familiares do insigne falecido também acorreram àquela solene ocasião; a saber: quatro de seus demais irmãos, os Príncipes Dom Pedro de Alcantara, Dom Fernando e Dom Alberto e a Princesa Dona Maria Gabriela de Orleans e Bragança; seus sobrinhos, o Príncipe Dom Pedro Alberto e a Princesa Dona Maria Beatriz de Orleans e Bragança, filhos de Dom Alberto, e ainda a Princesa Dona Alessandra de Orleans e Bragança, esposa de Dom Pedro Alberto.

 

Esteve igualmente presente um primo de Dom Luiz, o Príncipe Dom Casimiro de Bourbon-Sicílias, com os filhos, os Príncipes Dom Luis Alfonso e Pe. Dom Alessandro de Bourbon-Sicílias, além de incontáveis autoridades eclesiásticas, civis e militares, veteranos e jovens monarquistas, amigos de longa data e novas relações da Família Imperial Brasileira, figuras representativas da sociedade, artífices discretos de nossa grandeza nacional e distintas senhoras, muitos vindos de outros Estados e mesmo do Exterior.

 

Antes da Missa, Dom Luiz – que foi modelo de Príncipe católico e brasileiro, digno descendente de tantos e tantos Santos canonizados pela Igreja, e soube cumprir sua missão histórica em defesa do Brasil, das tradições e dos princípios monárquicos, bem como soube manter uma imorredoura fidelidade aos princípios perenes e irrenunciáveis da Igreja e, por isso mesmo, resistiu e combateu os erros que perpassaram os meios católicos ao longo das últimas seis décadas – foi velado mais uma vez.

 

Naquele hierático recinto – um dos mais solicitados de São Paulo, sobretudo pela devoção por Santa Teresinha, e erigido no tradicional Bairro de Higienópolis, na década de 1920, constituindo assim acabada expressão religiosa do período em que a capital agigantou-se como metrópole –, à cabeceira do féretro do Príncipe – estampado com as Armas da Família Imperial – estavam um belo Crucifixo e a bela e maternal Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil.

 

O Príncipe estava vestido com casaca e cingido com a Banda de Grão-Mestre das Imperiais Ordens de Nosso Senhor Jesus Cristo, de São Bento de Avis, de Santiago da Espada, do Cruzeiro, de Pedro I e da Rosa, a Placa da Ordem de Cristo, o Colar da Ordem da Rosa e também o distintivo da Congregação Mariana, da qual era membro. Em suas mãos fora colocado o Santo Rosário, e, sobre seus pés, a Bandeira do Império que outrora pertenceu a seu trisavô, o Imperador Dom Pedro II.

 

Em uma almofada, foram postas três de suas outras condecorações: a Grã-Cruz de Honra e Devoção da Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta; a Grã-Cruz da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, da Santa Sé; e a Grã-Cruz da Ordem Sagrada e Militar Constantiniana de São Jorge, da Casa Real das Duas Sicílias. Dom Luiz foi ainda Grã-Cruz da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Vila Viçosa, da Casa Real de Portugal. 

 

O Santo Sacrifício da Missa foi oferecido na Forma Extraordinária do Rito Romano pelo Vigário Paroquial da Igreja São Domingos, Fr. José Almy Gomes, O.P., benemérito sacerdote e antiga relação da Família Imperial, que em sua comovente Homilia destacou que o nosso pranteado Imperador “de jure” foi como que uma luz a iluminar todos aqueles desejosos de um Brasil fiel a si mesmo e em ascensão, através da Restauração da Monarquia nesta nossa amada Terra de Santa Cruz.

 

A sacralidade do Rito e a gravidade do local conferiram grande solenidade à celebração, tocando profundamente os numerosos assistentes e, com toda certeza, levando-lhes a refletir acerca da inabalável confiança que Dom Luiz tinha no futuro cristão e monárquico do Brasil. Portanto, roguemos a Deus, por intermédio da Senhora Aparecida e de Santa Teresinha, que em um dia não longínquo faça triunfar os elevados ideais aos quais o Príncipe consagrou sua nobilíssima existência.

 

O sepultamento de Dom Luiz transcorreu no Cemitério da Consolação, ornamento então com mais de uma centena de coroas de flores, enviadas por familiares, amigos, instituições e admiradores do falecido, brasileiros e estrangeiros. Os valorosos militares novamente carregaram o esquife, coberto com a Bandeira do Império, e prestaram homenagens fúnebres ao Príncipe, com toques de corneta e de apitos correspondentes, bem como uma salva de tiros dos Fuzileiros Navais.

 

Em seguida, ouviu-se o toque de silêncio e o esquife desceu à sepultura, enquanto os muitos sacerdotes presentes rezavam as preces tradicionais próprias àquela ocasião. A atmosfera era extremamente emocionante, fazendo com que os presentes – assim como os milhares que acompanhavam a transmissão ao vivo, pela Internet, no Brasil e no Exterior – dessem-se conta de que testemunhavam um momento histórico, o fim de uma era de brilhantes 41 anos da Chefia da Casa Imperial.

 

Junto da sepultura de seu tão querido e pranteado irmão primogênito, Dom Bertrand proferiu um discurso aos presentes. Muito emocionado, nosso novo Imperador “de jure” destacou a grandeza de alma de Dom Luiz, bem como a sua fidelidade e a sua seriedade no cumprimento de sua missão histórica. Por fim, Dom Bertrand, ladeado por seus próprios sucessores dinásticos, Dom Antonio e Dom Rafael, de muito bom grado recebeu os cumprimentos dos que ali estavam.

 

Depositados em um túmulo adornado com uma discreta – porém muito digna – Coroa de Imperador do Brasil, os restos mortais de Dom Luiz aguardam a hora em que serão, como de direito, transferidos para condigna sepultura definitiva no Mausoléu Imperial da Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis. Enquanto isso, sua memória também aguarda, como a de Dom Pedro II, pela “justiça de Deus na voz da História”. A todos, pois, encarecemos orações pelo descanso eterno de sua bondosa alma.