Dona Carlota Joaquina

DONA CARLOTA JOAQUINA

A Infanta Carlota Joaquina da Espanha nasceu no Palácio de Aruanjez, em Madri, durante o reinando de seu avô paterno, o Rei Carlos III da Espanha, sendo filha do então Príncipe das Astúrias e futuro Rei Carlos IV da Espanha e sua esposa, nascida Princesa Maria Luísa de Bourbon-Parma.

No dia 8 de maio de 1785, a Infanta Carlota Joaquina da Espanha foi desposada, por procuração, por seu primo em segundo grau, o Infante Dom João de Portugal, segundo filho da então Rainha Dona Maria I. Com o falecimento de seu cunhado, o Príncipe Dom José, ascendeu com o marido ao título de Princesa do Brasil, sendo consorte do herdeiro do Trono.

Em 1807 partiu para o Brasil, com a transferência da Corte Portuguesa em decorrência da invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas. No Brasil, a Princesa Dona Carlota Joaquina elaborou planos de aproximação maior das Américas Portuguesa e Espanhola, uma vez que seu pai, o Rei Carlos VI e seu irmão o Rei Fernando VII da Espanha, haviam sido depostos por Napoleão, que colocou no trono espanhol seu irmão José Bonaparte, e os vários vice-reinados espanhóis das Américas não reconheceram o usurpador. Infelizmente devido às circunstâncias desfavoráveis, os planos não foram concretizados, o que levou a gradual independência e fragmentação da América Espanhola.

Em 1816 ascendeu ao Trono como Rainha consorte de Portugal, Brasil e Algarves e em 1821, cedendo às pressões das Cortes Portuguesas retornou a Portugal com seu esposo. A Rainha Dona Carlota Joaquina faleceu quase quatro anos após o marido, em 7 de Janeiro de 1830, aos cinquenta e quatro anos de idade, no Palácio de Queluz, tendo visto dois anos antes a ascensão de seu filho como Dom Miguel I ao Trono de Portugal. Dona Carlota foi sepultada, junto ao seu marido, no Panteão dos Bragança, em Lisboa, na Igreja de São Vicente de Fora.

De sua união com o Rei Dom João VI de Portugal, foram gerados nove filhos e filhas:

Infanta Dona Maria Teresa de Portugal (1793-1874). Foi desposada, em 1810, por seu primo-irmão paterno e primo-tio materno, o Infante Dom Pedro Carlos da Espanha e de Portugal (1786-1812); com descendência. Foi desposada, em segundas núpcias, em 1838, por seu tio materno e viúvo de sua irmã, o Infante Carlos da Espanha (1788-1855), Conde de Molina, pretendente carlista ao Trono Real Espanhol, com nome de Carlos V; sem descendência.

  • Príncipe Dom Francisco Antônio de Portugal (1795-1801), Príncipe da Beira.
  • Infanta Dona Maria Isabel de Portugal (1797-1818). Foi desposada, em 1816, por seu tio materno, o Rei Fernando VII da Espanha (1784-1833); com descendência.
  • Imperador Dom Pedro I do Brasil (1798-1834), Rei de Portugal. Desposou, em 1817, a Arquiduquesa Leopoldina da Áustria (1797-1816); com descendência que constitui a Casa Imperial do Brasil. Desposou em segundas núpcias, em 1829, a Princesa Amélia de Leuchtenberg (1812-1873), da qual teve uma única filha, que morreu sem descendência.
  • Infanta Dona Maria Francisca de Portugal (1800-1834). Foi desposada, em 1816, por seu tio materno e ex-cunhado, o Infante Carlos da Espanha (1788-1855), Conde de Molina; com descendência.
  • Infanta Dona Isabel Maria de Portugal (1801-1876), Regente do Reino Unido de Portugal e dos Algarves entre 1826 e 1828.
  • Rei Dom Miguel I de Portugal (1802-1866). Desposou, em 1851, a Princesa Adelheid de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg (1831-1909); desse casamento descende a atual Casa Real de Portugal.
  • Infanta Dona Maria da Assumpção de Portugal (1805-1834).
  • Infanta Dona Ana de Jesus de Portugal (1806-1857). Foi desposada, em 1827, por Dom Nuno José Severo de Mendonça Rolim de Moura Barreto (1804-1875), 1º Duque de Loulé; com descendência.